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O estímulo à alimentação saudável deve envolver os familiares, destaca Liliane Bittencourt, doutora em saúde coletiva e professora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). "Não adianta trabalhar apenas com as crianças se a rede social da qual ela faz parte tem hábitos opostos. Por mais que as crianças sejam ótimas multiplicadoras e consigam envolver a família, é muito injusto que elas tenham que assumir essa responsabilidade, pois o cuidado com as crianças é papel dos adultos", afirma. "Um dos principais problemas é a referência. Não adianta dizer para a criança que é bom comer fígado e você rejeitar o fígado na frente dela."
Patricia Grantham aponta mais alguns erros que os adultos cometem em relação à alimentação das crianças, como distraí-las com a televisão enquanto alguém leva a colher à sua boca, apresentar guloseimas como prêmios, fazer ameaças do tipo "você não vai brincar se não comer" e usar o medo como estratégia (falando que há um "monstro" no ambiente, por exemplo). Para incluir a família no trabalho de educação alimentar, a nutricionista conta que realiza palestras e encontros com os pais para discutir a alimentação infantil em casa e na escola.
A advogada Diana Arruda conta que não se sentia sozinha em suas reclamações nas reuniões de pais. "Embora alguns façam cara feia e digam que é exagero, muitos outros apoiam. Sinto a diretora preocupada com o tema e disposta a ouvir. Acho que tem crescido a preocupação com a alimentação nas escolas." Patricia diz que são muitos os casos de famílias que, além da busca por um bom trabalho pedagógico, procuram uma escola também com "a expectativa de introduzir ou modificar hábitos alimentares, muitas vezes não adequados.
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